1º de Dezembro
Dia Mundial de Luta contra a AIDS
Avanços e um alerta na luta contra a AIDS
No último dia 23 de novembro, foi divulgado um importante estudo que indicou que o uso diário profilático de uma pílula contra o vírus HIV preveniu uma proporção expressiva de infecções. O índice de proteção chegou a 72,8% em pessoas que tomaram o medicamento em mais do que 90% dos dias. O estudo acompanhou quase 2.500 voluntários, sendo 350 no Brasil. O Dr. Mauro Schechter, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, um dos co-autores brasileiros da pesquisa, declarou que este trabalho é um divisor de águas no combate à epidemia da doença e que o esquema funciona muito bem se a pessoa toma corretamente o medicamento.
Outras estratégias para prevenção da doença já tiveram sucesso como, por exemplo, a redução do HIV no sangue transfundido através da realização de testes no doador e o fornecimento de medicamentos para gestantes portadoras de HIV que resulta em uma forte queda no risco de transmissão para a criança durante o parto. Entretanto, a despeito destes avanços, os números da infecção pelo HIV ainda são alarmantes. Existem no mundo 33 milhões de pessoas vivendo com o vírus. Em apenas um dia, 7.000 pessoas são infectadas com o HIV!
Portanto, mais do que nunca são válidas as recomendações:
1. Comportamento sexual seguro: o preservativo é o método mais eficaz para prevenir-se contra as doenças sexualmente transmissíveis, incluindo a AIDS, muitos tipos de hepatites, sífilis e outras.
2. Não compartilhar seringas, agulhas, alicates ou qualquer outro instrumento que corte ou fure.
3. Toda gestante deve ter acompanhamento no pré-natal para detectar eventuais doenças infecciosas que podem ser transmitidas para o filho.
Saiba mais!
Sintomas e fases da AIDS:
Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da AIDS, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV – tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido. A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidasmutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de fase assintomática.
Com o freqüente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. Os sintomas mais comuns nesta fase são: febre, diarréia, suores noturnos e emagrecimento. A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a AIDS. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer.
Por que fazer o teste de AIDS?
Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos. Esses testes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA. Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. É possível saber onde fazer o teste pelo Disque-Saúde (0800 61 1997).
Envie suas dúvidas e/ou sugestões sobre este tema para o e-mail: [email protected]
Equipe Responsável
Dr. Rodolfo Milani Jr.
Assist. Social Sueli Soares Silva
Designer gráfico: Renata Dubas Leal
Fonte:
– Michael NL. Oral Preexposure Prophylaxis for HIV
– Another Arrow in the Quiver? N.Engl.J.Med, Nov. 23, 2010.
– Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais.
Ministério da Saúde – www.aids.gov.br