Rede Resíduo cria ambiente virtual para venda, troca ou doação de resíduos da construção civil; Camargo Corrêa aderiu à ferramenta em 32 canteiros no País.
Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos em vigor desde agosto de 2010, a gestão de resíduos tem aberto novos nichos de mercado na construção. Em operação desde 2011, a Rede Resíduo é um ambiente virtual que permite que empresas cadastradas se comuniquem com o objetivo de vender, trocar ou doar resíduos de obra.
A rede cria uma bolsa de resíduos online específica para cada construtora e faz a prospecção e seleção de possíveis destinatários para esses resíduos, como cooperativas, recicladores ou empresas interessadas em utilizar o entulho como matéria-prima em seus processos industriais. As obras geradoras do resíduo são georreferenciadas para facilitar a logística do processo. O serviço é pago e a implantação, geralmente voltada para grandes construtoras, custa em torno de R$ 350 mil no primeiro ano. Segundo a assessoria de imprensa da Rede Resíduo, o custo pode cair pela metade no ano seguinte. Em agosto de 2011, a construtora Camargo Corrêa iniciou um projeto em parceria com a Rede Resíduo denominado Bolsa Corporativa de Resíduos em três canteiros de obra: a Usina Hidrelétrica de Jirau, no Estado de Rondônia, o Consórcio Ferrosul, em Goiás, e a Refinaria RNest, em Pernambuco. A construtora investiu inicialmente R$ 250 mil e conseguiu comercializar 11,6 mil toneladas de metais, ao preço de R$ 270,00 a tonelada; 700 toneladas de plástico, a R$ 686,00 por tonelada; e 400 toneladas de papel, vendidas a R$ 280,00 a tonelada. Em março deste ano, a empresa ampliou o sistema para 32 canteiros de obras nas diversas regiões do País.
Outras entidades como a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Sistema Integrado de Bolsas de Resíduos (SIBR) também oferecem um ambiente online para o comércio de resíduos, mas de forma gratuita. Nesses casos, as empresas deixam anúncios no site e os interessados entram em contato diretamente com elas.
Competitividade da indústria de materiais caiu 35%, segundo estudo
A Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgou no início de setembro o estudo Importações e Competitividade, feito em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV). A análise aponta, entre outras coisas, que a competitividade da indústria de materiais de construção do Brasil caiu 35% entre 2005 e 2011, como reflexo da valorização cambial.
Nesse período, o valor total contabilizado das importações de materiais cresceu 15,5% ao ano. A participação das importações na oferta local foi de 4% em 2005 para 5,2% em 2008, chegando em 6,2% no ano passado. O estudo mostra ainda que, desde 2010, a balança comercial do setor apresenta resultados negativos e, em 2011, o déficit superou US$ 1 bilhão.
De acordo com a Abramat, é necessário adotar medidas para fortalecer a competitividade no setor, principalmente em relação aos custos de logística, energia, tributação e mão de obra.
Nova escola da construção em Belo Horizonte
No começo de setembro, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) anunciou que irá construir uma Escola da Construção em Belo Horizonte com o intuito de oferecer capacitação para profissionais do setor. O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de Minas Gerais (Senai-MG) ficará responsável pela coordenação da escola e a expectativa é de que o novo centro de ensino capacite 29 mil alunos por ano. Esse número vai superar o contingente formado por escolas de referência no País, como o Senai Orlando Laviero Ferraiuolo, na capital paulista, que capacitou 10 mil pessoas em 2011.
O investimento na obra da escola mineira será de R$ 20 milhões. Está prevista a construção de um edifício de 8,3 mil m², com 16 salas de aula operacionais, quatro galpões para aulas práticas, três salas multiuso, biblioteca, quatro laboratórios, seis salas de gestão, auditório para 165 pessoas e centro de exposição para 800 pessoas, entre outras instalações.
O projeto foi elaborado a partir de uma parceria entre a Câmara da Indústria da Construção da Fiemg (CIC/Fiemg), o Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e o Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG).
Instituto de Tecnologia em Materiais em Santa Catarina
Em agosto, foi anunciada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) a construção de um Instituto de Tecnologia em Materiais na cidade de Criciúma (SC). O local realizará pesquisa aplicada, serviços laboratoriais, consultorias e educação profissional, com foco nos materiais cerâmicos, polímeros, metais e produtos plásticos. A instituição apoiará indústrias em projetos de novos materiais ou novas aplicações, com o objetivo de melhorar o processamento de materiais, o reaproveitamento de resíduos industriais e a caracterização das matérias-primas e dos produtos acabados. A previsão é de que o instituto seja inaugurado até 2014.
Braskem abre fábrica de PVC em Alagoas
A Braskem – empresa que atua no setor químico e petroquímico – inaugurou uma nova fábrica de PVC na cidade de Marechal Deodoro, no Estado de Alagoas. A fábrica possui capacidade produtiva de 200 mil toneladas anuais e deve ajudar a consolidar o Brasil como líder na produção de PVC na América Latina, segundo informações da assessoria de imprensa da Petrobrás – sócia do empreendimento. Foi investido R$ 1 bilhão na montagem da fábrica, que produzirá a resina utilizada na fabricação de tubos, conexões, portas, janelas, esquadrias, telhas, entre outros produtos.
Novo fornecedor de pisos de borracha
A Nora Systems GmbH, empresa alemã que produz pisos de borracha, anunciou no final de agosto sua chegada ao Brasil. A companhia vai comercializar produtos para aeroportos, hospitais, estádios e outros locais públicos e privados com grande circulação de pessoas. Atualmente, a Nora já participa de alguns projetos nacionais como a construção dos estádios do Castelão, em Fortaleza, e Fonte Nova, em Salvador, e os trens da linha quatro do Metrô de São Paulo, entre outros. O investimento no Brasil para os próximos dois anos será da ordem de € 1,2 milhão.
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