Balanço Sucessivo é um método de concretagem em in loco para a execução de pontes e viadutos em concreto armado ou mais comumente concreto protendido.
Este sistema é utilizado quando existem obstáculos que inviabilizem de alguma maneira a execução de escoramentos apoiados. Estes obstáculos podem ser rios, lagos, desfiladeiros ou rodovias. Existe ainda a necessidade de se construir vãos de grandes comprimentos que seriam inviáveis em construções pré-moldadas inteiras.
O método de balanço sucessivo engloba duas metodologias: aduelas ou segmentos concretados in loco e segmentos pré-moldados.
Moldado in loco x Pré-moldado:
A construção segmentada de concreto pode ser executada de duas maneiras: usando elementos pré-fabricados ou através da concretagem in loco.
As vantagens oferecidas pelos elementos pré-fabricados estão relacionadas principalmente à fabricação conduzida em uma planta industrial que oferece mais controle de qualidade e onde segmentos podem ser fabricados em paralelo com as atividades iniciais de construção em campo, melhorando o cronograma. Os principais desafios envolvidos na construção segmentada pré-fabricada estão no processo de logística e instalação entre o pátio de concretagem e o canteiro de obras.
Como alternativa, a construção moldada no local requer que toda a infra e mesma estrutura seja concluída antes da concretagem da superestrutura. A construção de adulas concretadas in loco é usada quando os segmentos pré-moldados são muito pesados para serem transportados ou o acesso ao canteiro de obras é muito restrito, o que pode ocorrer à medida que os vãos se tornam mais longos ou os tabuleiros se tornam mais largos.
O projeto de balanço sucessivo (ou progressivo) permite vãos maiores, reduzindo a quantidade de apoios (pilares). Esses vãos podem chegar até 300m. Isto torna o balanço sucessivo a opção mais econômica para vãos grandes, por que não existe a necessidade de criar pilares com espaçamentos menores que seriam necessários para estruturas convencionais.
Vale lembrar que o método é uma invenção brasileira e a primeira obra a utilizá-lo foi a Ponte Emilio Baumgart, antiga Ponte do Herval, sobre o Rio de Peixe, entre as cidades de Herval D’Oeste e Joaçaba em Santa Catarina, SC – PR. A obra é de 1930 e foi executada pelo engenheiro brasileiro, Emílio Baumgart (1889-1943).
Como funciona o balanço sucessivo?
Partindo de pilares, a estrutura vai sendo concretada em etapas, chamadas de aduelas. Para a concretagem da 1ª aduela, o carro de avanço está preso na aduela de disparo (parte cinza do esquema abaixo).
Após a concretagem, é necessário aguardar a protensão e posterior liberação para o avanço. Com a liberação, o carro de avanço é movimentado atrás através de rodas sobre os trilhos até a posição para a execução da 2ª aduela, e ficará preso através dos furos já pré determinados na 1ª aduela. Para a movimentação é necessário que as formas laterais e de fundo sejam afastadas das paredes. A movimentação manual é feita com a ajuda de tirfors.
Geralmente, as aduelas tem comprimento de 3,00m até 6,00m e peso de 100 ton a 200 ton. O ciclo típico para concretagem é de, aproximadamente, uma semana.
A concretagem dos segmentos opostos são sempre simultâneas para que não haja desequilíbrio na estrutura e as deformações sejam controladas conforme previsto em projeto.
Ciclo de execução:
Aduela de disparo:
- 30 dias entre montagem do escoramento, concretagem das lajes e paredes.
Segmentos:
- Entre 8 a 10 dias para montagem da armadura, fôrmas, protensão e deslocamento do conjunto.
Equipe de Operação do Sistema:
- Um encarregado;
- Oito montadores.
Forma e desforma:
- Quatro montadores operando os macacos;
- Dois montadores segurando os tirantes;
- Dois montadores soltando as porcas;
- Um encarregado orientando e conferindo as operações.
Movimentação dos Conjuntos:
- Quatro montadores puxando os Tifors (aceleração);
- Dois montadores nos Tifors de segurança (freio);
- Um montador acompanhando o alinhamento lateral do carro;
- Um montador acompanhando o alinhamento inferior da mesa;
- Um encarregado orientando e conferindo as operações.
Equipamentos para execução:
O equipamento se chama Carro de Avanço, e é composto por:
- Treliças para transmitir o peso da concretagem para a estrutura já pronta;
- Tirantes para pendurar o escoramento nas treliças;
- Forma do fundo e das laterais;
- Trilhos e rodas para movimentação;
- Plataformas de acesso para os trabalhadores.
Existem diferentes modelos em função de carga e dimensões das aduelas, com diferentes métodos de avanço (manual ou hidráulico), e muitas soluções diferentes para as fôrmas.
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