Vigas e pilares podem ser executados com vários tipos de moldes que garantem formatos e alturas diferencias para a sua construção.
Revista Construir SP – Texto Janaína Silva – Janeiro de 2014.
Executar corretamente vigas e pilares. A tarefa não é simples, dada à complexidade e segurança. Afinal, são peças fundamentais, juntamente com as lajes, para a estrutura de casas e prédios que ganham inovações para agilizar o tempo e a redução da perda de materiais. A engenheira civil paulistana Vivian Cristina Guersoni explica que existem duas normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a respeito. “A primeira é a NBR 6118 que os engenheiros, entre eles os estruturais, utilizam para dimensionar as vigas, pilares e lajes. A outra, NBR 14931, é complementar à anterior, referente à execução de estruturas de concreto”.
As formas para concreto industrializam o processo de construção. “A maioria dos projetos usa pilares e vigas concretadas in loco, o que só é possível por meio do uso de moldes, sejam de madeira, aço ou alumínio”, explica Michael Rock, diretor técnico da SH, do Rio de Janeiro, RJ. De acordo com ele, as de madeira ssão “fabricadas” na própria obra pelos carpinteiros. “Já as metálicas, de aço ou alumínio, são soluções industrializadas que eliminam a necessidade de mão de obra especializada e o desperdício, além de aumentar significativamente a produtividade”.
A madeira é mais usual em construções de casas, de acordo com Vivian. “Os modelos em outros materiais são empregados quando o projeto é mais arrojado, com colunas e formatos diferenciados”, afirma. Neste caso, são indispensáveis cuidados como, por exemplo, a execução por empresas especializadas. Além disso, a madeira deve estar isenta de outras substâncias para não haver troca química que ocasiona problemas na colocação de revestimentos, posteriormente.
Outro material empregado é o papelão, que pode receber dimensões personalizadas. “São usadas em qualquer tipo de pilar. Os diâmetros variam de 15 a 100 cm e fornecidos no comprimento desejado”, afirma Ana Luiza Lapa, gerente comercial da Dimibu, da capital paulista.
A escolha do melhor sistema depende de vários fatores e um dos mais importantes é o projeto. Segundo o especialista da SH, nas obras residenciais deve-se considerar se a concretagem dos pilares pode ser executada antes das vigas e lajes. “Tipicamente, as formas são de madeira com travamento metálico. Em obras mais pesadas, já é mais comum a concretagem dos pilares separadamente de vigas e lajes. Neste caso, a forma do pilar pode ser um pouco mais alta do que a viga, dispensando a altura sob medida, e o modelo pode ser metálico modular, que pode ser reaproveitado, proporcionando menor custo para o empreendimento”.
Já para projetos em que os pilares, vigas e lajes são concretados em conjunto, explica Rock, os moldes precisam ser exatamente adequados a uma geometria definida pela arquitetura. “Por isso ainda é muito comum ver modelos de madeira, compensado com estruturação de aço e com travamento metálico para garantir o seu fechamento. Pela complexidade da execução de vigas, novos sistemas construtivos, como a laje plana, em que o número de vigas é reduzido ao máximo, são adotados pelas construtoras. A parede de concreto, que assume as funções dos pilares e da vedação em alvenaria, também é usada. Neste caso, as formas de alumínio são as mais econômicas, empregadas em larga escala em projetos do Minha Casa, Minha Vida”, afirma Rock.
Se a opção for pelo papelão, como explica da gerente comercial da Dimibu, recortes podem ser feitos nos moldes para facilitar o encaixe das vigas e dar continuidade na obra.
“É possível desenvolver modelos especiais e diversificar a aplicação. Algumas obras utilizam as formas para laje caixão perdido e não para colunas, para simplificar a concretagem, deixando-a mais leve e promovendo o isolamento térmico e acústico”, afirma Lapa.
As de papelão se adaptam às especificações dos projetos arquitetônicos. “Nas residências, as mais empregadas são as cilíndricas de 30 a 40 cm de diâmetro, mas as dimensões são ajustáveis dependendo do porte da obra”, fala.
Em relação à aplicação, a atenção deve estar na concretagem. Nos moldes de papelão, o ideal é não colocar madeiras na sua extensão, pois, perfurações podem provocar pontos de pressão sujeitos a rupturas. “O concreto fresco gera muitos esforços nas formas. Não somente um dimensionamento errado, mas também erros na concretagem podem causar problemas. Durante a etapa, deve-se respeitar a velocidade indicada e seguir critérios detalhados”, diz Rock.