Matéria publicada na Revista O Empreiteiro, edição de dezembro de 2010
Pioneiros da Engenharia Brasileira III
A SH, especializada em fôrmas, andaimes e escoramentos metálicos para o mercado de construção civil, considera que o início de sua história aconteceu quatro anos antes de sua fundação, propriamente dita. Antes de ser o que é hoje, a empresa era um departamento da Quartzolit, responsável pelo fornecimento de andaimes suspensos para aplicação de argamassas e rebocos.
Foi em 1969, entretanto, que Karl Gerhard Katz de Castro, que até hoje permanece à frente da empresa, fundou a Serviços de Construção SA (Servicon) que passou a importar a fôrma para lajes Treliforma, fabricada pela companhia alemã Hünnebeck, subsidiária do conglomerado alemão, Thyssen.
Enquanto consolidava sua participação nesse segmento, os engenheiros da Servicon pesquisavam, nos maiores centros de construção civil do mundo, novas técnicas e materiais que lhes permitissem oferecer serviços diferenciados ao mercado nacional. Como resultado disso, em 1976, concretizou-se a parceria com a Hünnebeck, o que deu origem à Servicon-Hünnebeck, que posteriormente tornou-se a SH.
A empresa juntou à tecnologia alemã a sua experiência na indústria de construção civil brasileira, aliada ao seu alto padrão de atendimento. Ao mesmo tempo, passou a desenvolver tecnologia própria, inspirada no modelo alemão, porém perfeitamente adequado ao Brasil. O resultado foi o contínuo lançamento de equipamentos produzidos em sua unidade fabril, no Rio de Janeiro, como as fôrmas para laje Topec e para paredes Concreform SH, equipamentos reconhecidos pela sua eficiência.
Composta por painéis de alumínio forrados com compensado plastificado, a fôrma Topec permite a montagem de lajes, sem a necessidade de cortes, pregos e emendas. O sistema é formado por duas peças básicas – painel e escora – montadas sem necessidade de ferramenta especial – dispensa mão-de-obra especializada e revestimento do teto.
A fôrma Concreform consiste de chassi de aço galvanizado, conformado com um perfil especial desenvolvido pela SH, forrado em compensado plastificado de 15 mm. O painel básico de 75cm x 270cm modula-se em diversas dimensões, de forma a se adaptar às mais diferentes geometrias. Os painéis são conectados com apenas dois grampos que os unem e alinham ao mesmo tempo, dispensando perfis extras. leve e ao mesmo tempo rígido, o sistema Concreform pode ser movimentado manualmente ou com auxílio de grua, possibilitando a redução de até 70% da mão-de-obra necessária para a montagem e desmontagem da fôrma. Pode ser aplicada em paredes (baixas e altas) e pilares, tanto em obras residenciais, comerciais, industriais como em canais e obras de saneamento.
Em 2004, a SH entrou no mercado internacional, passando a exportar seus produtos para países da Europa e América Latina. Hoje, ela disponibiliza seus sistemas para locação e venda por meio de 13 unidades instaladas em dez estados (São Paulo, Ceará, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Bahia).
Obras
Entre as obras mais importantes estão: a construção de Brasília, hidrelétrica de Itaipu, obras do PAC em todo Brasil, e atualmente, a construção do Centro de Eventos do Ceará, o maior da América Latina.
Atualmente, a SH destaca que é a única empresa do segmento que possui um sistema de logística que planeja, controla o fluxo e armazenagem dos equipamentos, reduzindo significativamente o tempo requerido para o atendimento, além de oferecer aos seus clientes um serviço de consulta ao contrato via internet.
Karl Gerhard Katz de Castro, fundador da SH, chegou ao Brasil em 1973 e diplomou-se em contabilidade e economia, pelo Mackenzie Colege, em São Paulo. Ele destaca que sua empresa foi pioneira na introdução, no País, das fôrmas de aço e alumínio, em 1967.
Antes disso, ele conta: “O material utilizado era exclusivamente madeira e as fôrmas eram preparadas nas próprias obras, por carpinteiros, usando tábuas e caibros provenientes das florestas de pinho. Elas eram reutilizadas apenas quatro vezes, para depois servirem somente como lenha. Esse processo contribuiu para a destruição de grande parte da Mata Atlântica”.