Trabalhar próximo de estruturas em locais elevados deve ser considerada uma operação de uma Plataforma de Trabalho Aéreo (PTA) de alto risco. Se está previsto que você deve executar este tipo de trabalho, é necessário assegurar que todas as questões foram abordadas, e que a gerência explicou as medidas adotadas para minimizar os riscos de aprisionamento/esmagamento em uma reunião de instruções antes do início. Na dúvida, pergunte!
1- Planejar cuidadosamente a rota da PTA
a) Mantenha uma distância segura de obstruções.
A rota seguida pela PTA deve idealmente ser planejada de forma a manter uma distância segura entre a PTA e qualquer obstrução elevada. Esta distância terá que ser maior para uma PTA tipo lança sendo conduzida no local elevado para prever os possíveis efeitos “rebote” e “gangorra”.
b) Evite acionar os comandos de conduzir, elevar e girar quanto estiver próximo de uma obstrução.
Se for inevitável trabalhar perto de uma obstrução elevada, recomenda-se expressamente que, sempre que possível, sejam usados somente os controles “finos” de posicionamento de uma PTA tipo lança. Quando a PTA estiver perto de uma obstrução, os comandos “não finos” de elevação, giro e condução devem ser evitados.
c) Conduzir no ponto elevado deve ser o último recurso
Conduzir uma PTA tipo lança no ponto elevado deve ser uma manobra de último recurso ao posicionar a plataforma perto de uma obstrução elevada, uma vez que isso pode causar movimentos inesperados que dificultam o ajuste fino da posição da plataforma. Se conduzir no ponto elevado for considerada a opção de menor risco, as lanças devem ser conduzidas em suas velocidades mais baixas (isto é especialmente importante em alturas mais baixas, quando as velocidades de condução são maiores). Os movimentos devem sempre ser lentos, deliberados e planejados. Isto se consegue por meio do uso cuidadoso dos comandos proporcionais da PTA.
Recomenda-se a sequência de uso de comandos abaixo:
2- Selecionar a PTA cuidadosamente
É importante assegurar que a PTA selecionada seja apropriada para a manobra específica a ser realizada em caso de trabalho próximo a uma obstrução elevada. É necessário prestar atenção sobretudo à escolha do:
• Alcance da máquina – idealmente, é melhor não operar perto do limite da capacidade operacional da máquina
• Distanciamento – assegure que a PTA e o cesto não sejam grandes demais para os espaços em que a máquina será operada
3- Assegurar instruções específicas
É essencial que os operadores devidamente treinados recebam instruções específicas à PTA que planejam usar, ministradas em uma área de baixo risco distante de estruturas elevadas.
Além das instruções sobre os comandos operacionais normais da PTA, o padrão mínimo para cada operador é compreender plenamente:
• Comandos de descida de emergência: como usar os comandos de descida de emergência, tanto no modo motorizado quanto no modo auxiliar, incluindo como os comandos funcionam após a ativação da célula de carga?
• Comandos de segurança tipo “homem morto” (p. ex., pedais): o que acontece se você remover seu pé do pedal e voltar a colocá-lo em uma situação simulada de queda sobre os controles?
• Operação além da posição de 90 graus: como os comandos funcionam quando uma PTA tipo lança é girada além da posição de 90 graus?
O pessoal no solo qualificado para abaixar a PTA em caso de emergência deve se familiarizar com os comandos de emergência e de solo, e praticar procedimentos de descida de emergência em intervalos regulares de acordo com o plano de resgate de emergência.
4- Assegurar boas condições no solo
As condições no solo devem ser apropriadas para a operação segura da máquina. Onde possível, o solo deve ser relativamente nivelado e compactado, sem obstruções na zona operacional. Todas as valas, bases de colunas e poços devem ser identificados e protegidos. Se as condições no solo forem precárias, não opere a PTA.
5- Assegurar boa visibilidade no ponto elevado
Ao trabalhar dentro de edificações, e em condições de pouca luz (p. ex., no inverno e em dias fechados), deve ser providenciada iluminação adequada, ou o trabalho deve ser interrompido.
6- Minimizar distrações
Distrações na plataforma/cesto, como celulares e cabos suspensos, devem ser expressamente desaconselhados. Materiais soltos nos corrimãos da PTA ou no cesto da PTA devem ser proibidos, e devem ser transportados em compartimentos aprovados e/ou mediante o uso de acessórios aprovados de manejo de materiais.
Distrações no solo (pessoas ou objetos próximos à base da PTA) devem ser removidos antes da operação e das respectivas zonas de exclusão.
7- Não obstruir comandos da PTA
Comandos no cesto: os comandos de pé e mãos do cesto/plataforma não devem ficar obstruídos. Ferramentas e materiais que possam obstruir os comandos não devem ser colocados no painel de comandos da PTA, e sim armazenados em compartimentos aprovados e/ou mediante o uso de acessórios aprovados de manejo de materiais.
Uma vez na posição, considere isolar a energia até que seja necessário reposicionar, para reduzir
os riscos de operação acidental. Comandos de descida de emergência: estes comandos podem ser necessários para efetuar um resgate de emergência e não devem ficar obstruídos por objetos no solo (p. ex., em operação de PTA perto de uma parede com os comandos de emergência virados para a parede).
8- Devagar, não se debruçar sobre os comandos e atenção!
• Devem ser usadas baixas velocidades de condução, sobretudo em ré
• Debruçar-se sobre os comandos reduz significativamente a margem de segurança do operador
• Inspecione a área quanto a obstruções antes e durante a operação da PTA
• Não se incline sobre a grade de proteção durante a operação da PTA
9- Não anular os comandos da PTA, nem usar PTAs defeituosas
• Verifique se a PTA possui um certificado de inspeção plenamente válido
• Sempre execute verificações diárias
• Informe todas as falhas
• Quaisquer falhas devem ser corrigidas antes de usar a PTA
• Não anule os comandos
10- Ensaiar os procedimentos de resgate
Antes de usar a PTA, os pontos a seguir devem ter sido considerados. Em casos extremos, e/ou onde uma operação envolve repetidamente trabalho perto de uma obstrução, pode ser apropriado um teste simulado para avaliar o potencial de risco de aprisionamento que possa provocar um resgate.
• Assegurar a disponibilidade da chave no solo: A chave no solo para a PTA deve idealmente ser deixada na unidade base, em local acessível, ou pelo menos rapidamente disponível no nível do solo.
• Designar uma pessoa para resgate no solo: Durante a manobra da PTA, deve ser designada pelo menos uma (e tantas quantas forem apropriadas) pessoa no solo para resgate, que conheça o procedimento de resgate e seja familiarizada com a PTA em uso (incluindo os comandos de resgate de emergência). Tais pessoas devem sempre estar prontamente disponíveis em caso de emergência.
• Considerar como acionar o alarme: Deve haver um sistema para identificar uma situação de aprisionamento do operador, especialmente para operadores isolados próximos de uma estrutura elevada. Isto merece uma atenção muito cuidadosa se o operador não puder ser visto do solo. Os operadores devem ficar atentos a alertas se tal sistema não tiver sido implementado em situações de risco de aprisionamento.
• Decidir quem deve efetuar o resgate e como: Isto depende da complexidade da operação, e deve ser levado em conta o risco relativo de efetuar um resgate desde o solo comparado ao risco de um operador, possivelmente em pânico, efetuar o próprio resgate. Também depende de como os comandos para a PTA específica sendo usada funcionam se a célula de carga tiver sido acionada.
A ordem de prioridade deve ser:
1- Operador: o operador, ou outra pessoa competente no cesto, deve tentar o resgate por conta própria, seguindo na ordem inversa os passos que efetuou até chegar onde está.
2- Equipe no solo: se a visibilidade e a compreensão da situação desde o solo forem boas, a equipe no solo deve efetuar o resgate usando os comandos no solo na seguinte ordem:
-
modo auxiliar inicialmente, que permite a manobra mais lenta e controlada da lança até ficar evidente que o cesto está livre de quaisquer obstruções no ponto elevado.
-
descida motorizada: uma vez livre de obstruções, recomenda-se acionar a descida motorizada para maximizar a velocidade do resgate.
3- Outra PTA: em algumas situações, o uso de outra PTA para obter acesso à plataforma pode ser a opção mais segura. Isto só é aceitável se tal regaste tiver sido planejado e inclua os meios de transferência entre as plataformas que evitem a queda de qualquer pessoas.