Contribuição técnica de Arnaldo Oliveira, Isaque Farias, Armando Ferreira e Erick Barros.
No concreto reforçado convencional, a elevada resistência à tração do aço é combinada com a grande resistência à compressão do concreto. Essa combinação forma um compósito estrutural que é forte em compressão e tração.
Concreto protendido é uma técnica de execução já bem difundida no Brasil. Desde o século XIX, muitos especialistas desenvolveram métodos nos quais a armadura sofra um pré-alongamento, gerando um sistema auto-equilibrado de esforços,ou seja , tração no aço e compressão no concreto. A técnica visa melhorar o desempenho das estruturas e utilizar todo o potencial do concreto à compressão e minimizar ou até eliminar as fissuras geradas pela tração, essa redução das fissuras aumenta muito a vida útil das estruturas já que protege as armaduras da penetração de água ou umidade e consequente corrosão.
A grande vantagem das estruturas protendidas é a possibilidade de redução das seções dos elementos estruturais, o que permite que sejam vencidos vãos maiores com elementos mais esbeltos e econômicos com o uso de menos aço e concreto.
Na construção civil, chama-se de protensão a técnica utilizada para aumentar resistência do concreto, que consiste basicamente em dar tensão aos cabos de aço antes da cura do concreto. A ideia é melhorar a resistência do material, minimizando os impactos das ações externas.
A estrutura de protensão é feita por cabos de aço aplicados no concreto já endurecido e com uma resistência mínima para evitar danos ao ponto de apoio que pode ser danificado no momento da aplicação da carga caso o concreto não tenha ainda a resistência necessária. Estes cabos atravessam toda a estrutura – viga ou laje – passando hora na parte superior, hora na parte inferior, que são definidas a partir da solicitação do momento fletor, (positivo ou negativo).
O tensionamento dos cabos se dá através de macacos hidráulicos como o da imagem abaixo e só é iniciado após o concreto ter atingido uma resistência mínima que é dimensionada pelo calculista do projeto.
O avanço da tecnologia na protensão ampliou as possibilidades de aplicações desse tratamento. Armação de blocos e sapatas, construção de silos, lajes, reforço de estruturas, dentre outras, são alguns dos exemplos mais comuns.
Em geral, os fatores que determinam o uso da protensão são os que influenciam de forma negativa o desempenho em serviço das estruturas, basicamente fissuração e deformação acima do limite estabelecido.
A utilização do concreto protendido permite as seguintes vantagens:
- Execução de grandes vãos livres;
- Projetos arquitetônicos ousados (o museu de Arte Contemporânea de Niterói);
- Estrutura da edificação fica mais leve;
- Mobilidade de executar mudanças na posição da alvenaria;
- Redução da corrosão do aço;
- Aumento da durabilidade;
- Maior momento de inércia (maior rigidez);
- Menos deformações (maior facilidade de manutenção);
- Aumento da capacidade de cisalhamento;
- Adequado uso em vasos de pressão, estruturas de retenção de líquidos;
- Melhor desempenho (resiliência), sob carregamento dinâmico e fadiga;
- Maior utilização em construção de pontes, edifícios com grandes espaços sem colunas;
- Construção rápida;
- Melhor controle de qualidade;
- Manutenção reduzida;
- Adequado para a construção repetitiva;
- Uso múltiplo das formas.
Quando o concreto protendido passou a ser utilizado em todo o mundo, surgiram vários processos de protensão patenteados, somente na Alemanha, chegou a ter 20 processos de protensão registrados. Atualmente os sistemas utilizados são os seguintes:
Pós-tracionado aderente (com aderência posterior)
Trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. Nesse caso, utilizam-se como apoio partes do próprio elemento estrutural, criando, posteriormente, aderência com o concreto de modo permanente, por meio da injeção das bainhas.
Em geral as bainhas apresentam a seguinte configuração e depois da cura parcial do concreto é injetada nata de cimento, é possível saber que a bainha está completa através dos purgadores que expulsam a nata pressurizada.
A protensão com aderência posterior tem uma larga utilização, sobretudo em obras como pontes, barragens, grandes reservatórios de água, contenção de taludes e coberturas de grande vão. Pela flexibilidade, é possível aplicá-la em quase todo o campo da construção civil.
Em grandes reservatórios as cordoalhas formam anéis ou segmentos protendidos, solidarizando as placas pré-moldadas industrializadas. É um método de elevada produtividade.
Pós-tracionado não aderente (cordoalhas engraxadas):
Assim como o anterior, trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito após o endurecimento do concreto. Utilizam-se como apoio partes do próprio elemento estrutural.
Mas, nesse caso, não é criada aderência com o concreto, e a armadura fica ligada ao concreto apenas em pontos localizados. É indicado para obras comerciais e residenciais, nas quais a fundação é do tipo radier.
As cordoalhas são de fácil manuseio. Elas possuem colocação e fixação sem dificuldades, sendo facilmente desviadas de obstáculos. Esse processo já é utilizado desde a década de 60 nos Estados Unidos. No Brasil, foi introduzido em meados de 1996. A execução bem realizada é fundamental para que se alcancem os desempenhos desejados.
Pré-tracionado (fios aderentes)
Trata-se de um tipo de concreto protendido no qual o pré-alongamento da armadura ativa é feito com a utilização de apoios independentes do elemento estrutural, antes do lançamento do concreto.
Assim, a ligação da armadura de protensão com os referidos apoios é desfeita após o endurecimento da mistura. A ancoragem das armaduras no concreto é feita por aderência.
Quando os apoios são liberados, ou simplesmente se corta a armadura distendida, ela tende a voltar ao diâmetro sem carga. O aumento do diâmetro mobiliza atrito no concreto, o que auxilia na ancoragem.
A tendência de retorno ao comprimento original é impedida pela aderência da armadura ao concreto, resultando na compressão do concreto (protensão do elemento).
O processo que é mais utilizado, atualmente, é a protensão não aderente com cordoalhas engraxadas e plastificadas, que pode ser aplicadas em lajes, vigas e placas de fundações (Radiers).
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